Na primeira apresentação do SAÍA DE EMERGÊNCIA foi executada pela única vez uma música chamada Demônio Pessoal. O demônio a que a música se refere é uma pequena criatura que, dia a dia, nos fala baixíssimo, sussurrando em nosso ouvido. Algo como a spikeleeana “faça a coisa certa”. Ele não nos julga ou tem valoração moral de nossos atos, apenas gosta de nós como nós gostamos do mar à noite ou de animais selvagens – ou seja, de algo que é, simultaneamente, simples e incompreensível. No final de tudo, ele ainda espera alguns dias enquanto nosso corpo vira playground de vermes. Nossa única obrigação para com ele é fazer um esforço gigantesco para ouvi-lo. Antes que sejamos acusados de Satanistas e associados aos seguidores do Iron Maiden, vamos esclarecer que, toda vez que falamos em demônio, estamos falando daquele cavaleiro que ajudou Eva e Adão a tomar consciência de sua mortalidade, e, para o bem ou para o mal, ajudou-os na fuga do paraíso. É bom sempre lembrar que a imagem clássica do demônio está associada, à uma forte mídia negativa feita pelo cristianismo em relação às entidades pagãs como o Fauno romano ou o Pan grego, ou ainda o Cernunnos Celta, criaturas estas vinculada à ordem da natureza. O nosso Demônio Pessoal é, na verdade, nossa gíria para auto-consciência.
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