Impressões


Márcio Silveira dos Santos
Fotos: Munir Klamt e Laura Cattani



Nosso método de trabalho para o Administrador (e de modo geral) é o seguinte: tudo parte de uma idéia ou imagem, e esta condiciona a forma (fotografia, instalação, música, etc), que é então regurgitada através da mitologia do Zede Etes e de Feltes, e definido a partir do espaço - procuramos espaços a princípio pouco conhecidos, procurando a sensação de realidade paralela que estes podem despertar (Joaquim Felizardo e Arquivo Público, por exemplo), e das possibilidades que este sugere, embora normalmente regido pelas condições gerais disponíveis. Outro tabulador eficiente no nosso processo é quanto dinheiro a gente pode gastar – embora muitas vezes a gente resolva simplesmente trabalhar em dobro pra compensar as limitações com equipe técnica ou recursos. Depois tudo vai sendo modificado, todo o tempo, até a última hora. Novas idéias vão sendo incorporadas à medida que surgem. Normalmente, quando passamos para a prática, tudo muda. E, quando está pronto, então é o momento de ser modificado. Ou seja, sempre acabamos colocando muito mais elementos, informações, gente, situações e equipamentos do que estava previsto (O Administrador era, originalmente uma performance de 20 minutos com uma projeção de vídeo e quatro atores em palco italiano ou equivalente, logo todo o resto não estava no projeto) e trabalhando exaustivamente para que isto dê certo, o que sofistica muito a possibilidade de erro desta equação.
Não há ensaios, apenas instruções. À moda do Clint Eastwood, tudo deve dar certo no primeiro take, isto é, a tensão é um elemento essencial para a execução, somada à maneira que o público vai reagir, outra imprevisibilidade. Logo, de modo geral, a primeira apresentação funciona como uma experiência onde são definidas todas as alterações a serem feitas na segunda (que, em geral, melhora substancialmente). Mas OK, e como foi o Administrador?

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