A. Hilzendeger Feltes (Parte 2)

Foto de rua próxima à Confeitaria Real,
de propriedade de Feltes, no final do século XIX.


O Cine-Theatro Metropolitano foi a realização de um sonho de juventude de Feltes. Cada detalhe de sua construção, em estilo jungendstil - que destoava dos tradicionais prédios neoclássicos da cidade, foi cuidadosamente administrada por Feltes. O Cine-Teatro é bem mais que um lugar ou uma atividade comercial, ele é, como Feltes deixa claro em suas correspondências para seus irmãos, uma parte dele mesmo. O homem pragmático e diplomático que administrava rigorosamente a Confeitaria Real, a construção do Metropolitano e os empréstimos bancários, vai dando espaço a um outro homem, que é seduzido pelo seu Cine-Theatro, pela possibilidade de ser dono de uma “sala da arte do silêncio”, nome pelo qual eram chamadas as salas que exibiam os filmes mudos. O Cine-Theatro Metropolitano é inaugurado no dia 16 de dezembro de 1916, no bairro floresta (distante do local dos tradicionais cinemas da cidade), com a orquestra do professor Costa Dourado (nos sábados os filmes eram acompanhados de uma pequena orquestra e, durante a semana, apenas ao piano). O elegante Cine-Theatro, com sua sala de espera com cafeteria (a primeira da cidade em um cinema), arrojada arquitetura e diversificada programação de filmes e atrações musicais seduziu a cidade. Grande parte do sucesso do Metropolitano advinha da relação estabelecida entre Feltes, através de seus irmãos, e a UFA (abreviação de Universum Film Aktiengesellchaft), o maior estúdio alemão no período. O auge do expressionismo alemão e as epopéias populares históricas, como “Madame Dubarry”, de Ernest Lubitsch, foram os principais personagens da fama do Metropolitano. No mesmo ano da inauguração do Metropolitano, nascem as gêmeas Josefina e Carolina Egon Feltes.

Foto gentilmente cedida pelo Museu Hipólito José da Costa

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